segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Narrativa de um EX

No início achamos que é só uma fase, que vai passar. Mudamos as amizades, a mente, mudamos de escola, manipulamos, troca a noite pelo dia, não respeita ninguém, não coopera com nada e ainda se sente injustiçado, mas racionalizamos dizendo que é coisa da idade. Aí vem a descoberta. Na maioria das vezes, muito depois do início do uso. Achamos que é só uma droguinha e que logo deixará, com o tempo passamos a esconder o fato e nos esconder de todos. Até aí achamos que conseguimos resolver sozinhos. Vem então a fase aguda; dos roubos escancarados e dos escandalos, das cobranças e ameaças dos traficantes. Não dá mais para esconder, temos que procurar ajuda. O sentimento de culpa e de fracasso é dilacerante.
Descobrir o grupo de apoio.. ouvir de alguém percas significantes é comovente. Aprendermos a distinguir os comportamentos relacionados à adolescência e os comportamentos à dependencia é delirante. Descobrir que nossos entes queridos tem que arcar com as consequências de seus atos é deprimente. Aprender que temos que eliminar todo comportamento facilitador à droga, sinceramente é a parte mais difícil, mas nada melhor que os pais orientando a desvincular as atitudes incoseqüentes, mas isso não passa de ilusões, na verdade duras penas, por que ele é, na verdade, o único responsável pela sua própria recuperação. Não adianta procurar tratamento para ele, A verdade é que ele só vai deixar a maldita droga, de fato, no dia que ele quiser, sem conselhos e obrigações alheias.

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